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Desde Atenas-1896: a evolução do tiro esportivo nos Jogos Olímpicos

12 MAR 2025

O tiro esportivo é uma das modalidades mais tradicionais dos Jogos Olímpicos, estando presente desde a primeira edição da era moderna, em Atenas, em 1896. Desde então, tem passado por transformações significativas, como mudanças no regulamento, ampliação das provas e maior participação feminina.

Atualmente, o esporte conta com 15 modalidades, divididas em três categorias principais: pistola, carabina e tiro ao prato. Essa diversidade faz do tiro esportivo uma competição que exige precisão, controle emocional e técnica apurada.

A evolução do tiro esportivo nas Olimpíadas

O tiro esportivo surgiu como prática militar e recreativa em várias civilizações, mas só ganhou estrutura como esporte no século XIX, com a criação de clubes e federações especializadas.

Com o ressurgimento dos Jogos Olímpicos modernos, em 1896, o Barão de Coubertin, entusiasta do esporte, garantiu que o tiro esportivo fizesse parte do programa inaugural da competição. Na época, apenas homens podiam competir, e os gregos dominaram as primeiras provas.

A presença feminina no esporte só começou em 1968, quando mulheres puderam competir em provas mistas. A primeira medalha olímpica conquistada por uma mulher no tiro esportivo veio em 1976, com a norte-americana Margaret Murdock, que levou a prata. Foi somente em 1984 que as mulheres passaram a disputar categorias exclusivas.

Outro marco importante aconteceu em 1920, nos Jogos da Antuérpia, quando o Brasil conquistou suas primeiras medalhas olímpicas justamente no tiro esportivo. Afrânio da Costa levou a prata na pistola livre, enquanto Guilherme Paraense conquistou o primeiro ouro olímpico brasileiro na pistola rápida.

Ao longo dos anos, o esporte foi aprimorado, novas modalidades foram incorporadas e tecnologias ajudaram a tornar as competições ainda mais precisas e disputadas.

Modalidades do tiro esportivo olímpico

O tiro esportivo nos Jogos Olímpicos é dividido em três grandes categorias: pistola, carabina e tiro ao prato. Cada uma delas apresenta desafios específicos, exigindo dos atletas extrema habilidade e concentração.

Pistola

As provas de pistola exigem precisão absoluta, com os atiradores utilizando apenas uma mão para os disparos. As provas são realizadas a 10 e 25 metros, com variações no número de disparos e na velocidade da execução.

  • Pistola de ar 10 metros (masculino, feminino e equipe mista) – Os atletas disparam contra um alvo fixo de 15,5 cm de diâmetro, sendo o centro de apenas 11,5 mm. No masculino, são 60 disparos em 1h45, e no feminino, 40 disparos em 1h15.

  • Pistola 25 metros (feminino) – A prova é dividida entre disparos de precisão e velocidade, totalizando 60 tiros.

  • Pistola de tiro rápido 25 metros (masculino) – Com pistolas de calibre .22, os atiradores precisam atingir cinco alvos a 25 metros, em sequências cada vez mais rápidas.

Carabina

As provas de carabina exigem controle corporal absoluto, pois os atletas precisam manter estabilidade extrema ao longo dos disparos.

  • Carabina de ar 10 metros (masculino, feminino e equipe mista) – Os atiradores usam carabinas de ar comprimido e tentam acertar um alvo de 4,5 cm de diâmetro.

  • Carabina 3 posições 50 metros (masculino e feminino) – Cada atleta realiza disparos em três posições: de pé, ajoelhado e deitado. Os homens fazem 40 tiros por posição, enquanto as mulheres realizam 20 disparos em cada.

Tiro ao Prato

Ao contrário das categorias anteriores, em que os alvos são fixos, as provas de tiro ao prato ocorrem ao ar livre, com os atletas tentando acertar pratos de argila lançados no ar.

  • Fossa Olímpica (masculino, feminino e equipe mista) – Os atiradores precisam acertar pratos lançados aleatoriamente, sem aviso prévio da trajetória.

  • Skeet (masculino e feminino) – Os pratos são lançados a partir de torres opostas, e os atletas devem acertá-los antes que se afastem do ponto de interseção.

O Brasil no tiro esportivo olímpico

O Brasil tem uma longa tradição no tiro esportivo. Como já mencionado, as primeiras medalhas olímpicas do país foram conquistadas no esporte, nos Jogos de 1920.

Após esse período de glórias num passado distante, o Brasil passou por um longo jejum de medalhas no tiro esportivo, quebrado apenas nos Jogos do Rio 2016, quando Felipe Wu conquistou a prata na pistola de ar 10 metros. Essa medalha reacendeu o interesse pelo esporte no país e serviu de motivação para uma nova geração de atletas.

Atualmente, o Brasil segue investindo no desenvolvimento de novos talentos, com atletas treinando em alto nível para competir nas próximas edições dos Jogos Olímpicos.

Conclusão

O tiro esportivo é um dos esportes mais exigentes dos Jogos Olímpicos, combinando precisão, controle mental e técnica refinada. Sua longa história na competição reflete a evolução do esporte e o crescimento da participação feminina ao longo dos anos.

Para o Brasil, o tiro esportivo sempre teve um papel especial, sendo responsável pelas primeiras medalhas olímpicas do país. Com a renovação do interesse e novos talentos surgindo, o futuro da modalidade promete ainda mais conquistas e evolução nos próximos ciclos olímpicos, projeta a loja Casa Colt, de Buritizal (SP).

Para saber mais sobre tiro esportivo nas Olimpíadas, acesse: 

https://ge.globo.com/olimpiadas/guia/2024/07/25/c-tiro-esportivo-regras-modalidades-historia-e-curiosidades.ghtml

http://rededoesporte.gov.br/pt-br/megaeventos/olimpiadas/modalidades/tiro-esportivo


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