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Balística interna: entenda o que acontece dentro da arma na hora do disparo

02 JUN 2025

A balística interna é o ramo da balística que se dedica a estudar todos os fenômenos que ocorrem dentro de uma arma de fogo no momento do disparo, desde a detonação da espoleta até a saída do projétil pela boca do cano. Essa fase é essencial para compreender o funcionamento de qualquer armamento, além de influenciar diretamente no desempenho, precisão e segurança do disparo.

O processo de ignição e o papel da munição

Tudo começa com o acionamento do gatilho, que faz o percussor atingir a espoleta. Esta, por sua vez, contém compostos químicos altamente sensíveis que geram uma chama e iniciam a combustão da carga propelente — a pólvora. Essa combustão gera uma onda de pressão intensa, que impulsiona o projétil para frente, rompendo o “crimp” do estojo e avançando em direção ao início das raias do cano.

O momento em que o projétil percorre a curta distância entre o estojo e o raiamento é conhecido como “salto” ou jump, e sua regularidade é fundamental para evitar picos de pressão indesejáveis e garantir a repetibilidade da velocidade de saída. Variações nesse salto, na densidade da carga ou no assentamento do projétil podem provocar instabilidades, desde falhas de disparo até rompimentos de estojo.

O cano e seus efeitos

À medida que o projétil avança pelo cano, ele sofre a ação de diversos fatores. Nas armas de alma raiada, as estrias induzem um movimento rotacional — geralmente no sentido horário (dextrogiro) ou anti-horário (sinistrogiro) — que estabiliza o projétil e aumenta sua precisão.

O cano, nesse processo, também reage fisicamente: ocorre recuo, torção, vibração, flexão e dilatação. Esses chamados “movimentos harmônicos” são estudados para o desenvolvimento de canos mais rígidos e precisos, especialmente em armas de competição.

O cano se divide em três partes: a câmara, onde ocorre o ápice da pressão; o corpo, que acelera e direciona o projétil; e a coroa, que protege o fim das raias e influencia diretamente na estabilidade da trajetória ao evitar vazamentos irregulares de gás.

O comprimento do cano, sua espessura e a qualidade do material interferem significativamente no aproveitamento da energia da pólvora e na velocidade do projétil.

Pólvora, pressão e densidade de carregamento

Outro fator decisivo na balística interna é a densidade de carregamento — a relação entre o volume do estojo e a quantidade de pólvora. Quando muito baixa, pode ocorrer uma detonação ao invés de deflagração, gerando pressões extremamente perigosas. 

Uma boa curva de pressão, mais plana e constante, transfere mais energia ao projétil e reduz o desgaste do equipamento. Em contrapartida, munições inadequadas para o comprimento do cano podem gerar perda de velocidade, “flash” excessivo ou instabilidade na trajetória.

Por isso, algumas munições modernas são fabricadas com pólvoras de queima rápida, ideais para armas de cano curto, otimizando a queima antes que o projétil deixe a arma.

As espingardas e o uso de chokes

No caso das espingardas, que utilizam canos de alma lisa, o projétil é substituído por múltiplos bagos (pellets), cujo agrupamento depende do uso de chokes. Esses estrangulamentos no final do cano servem para moldar a rosada, concentrando ou dispersando os bagos conforme a necessidade.

Chokes cilíndricos permitem maior dispersão — ideais para defesa —, enquanto os mais fechados, como o full, proporcionam agrupamentos mais densos e de maior alcance.

Conclusão

A loja Casa Colt, de Buritizal (SP), conclui que a balística interna é uma ciência essencial para qualquer entusiasta ou profissional do tiro. Compreender os fenômenos que ocorrem dentro da arma é fundamental para otimizar desempenho, garantir segurança e aumentar a vida útil do armamento.

Cada detalhe, da escolha da munição ao tipo de cano e condições internas da arma, influencia diretamente no resultado do disparo. Ao dominar essa etapa da balística, é possível tirar o máximo proveito técnico e tático de cada tiro.

Para saber mais sobre balística interna, acesse: 

https://sanarmed.com/resumo-de-balistica-forense-interna-de-efeitos-e-externa/

https://cctrb.org.br/balistica/

Se você se interessou por esse assunto, saiba mais em:

https://casacoltburitizal.com.br/publicacao/balistica_terminal


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